30 de janeiro de 2016

Suicídio Verbal.

Estou aqui, meu bem, só para provar que posso sim. Posso tudo o que quero. Me disseram que emoções não vendem. E que tudo tem que gerar renda, pois preciso de dinheiro para tudo.
Preciso sim. Eu sei que preciso. Preciso de tanta coisa, não é mesmo?
E uma das coisas que mais preciso são palavras. Que me comovam, me machuquem, me curem, me movam, me tirem daqui, para ontem, entendeu? Sempre para ontem.
Se vai vender ou dar audiência? Quem liga?
Palavras voam, vêm e vão. Preveem e enxergam além. Sabem do que preciso e do que vou precisar.
Ah, meu bem, se você soubesse quantas vezes recorri às minhas próprias palavras para lidar com as emoções ruins. A gente sempre caçoa delas, para parecerem menos importantes, mas sempre chega a hora da revanche, e lá vem elas com tudo para nos vencer.
E resta às palavras, ser apenas palavras, enquanto os sentimentos parecem bem mais importantes no momento.
Ah, meu bem, se soubesse o quanto venho e vou aqui ou em outros lugares, em buscas das palavras que saibam me descrever, afinal, nem sempre eu mesma sou capaz de entender.
Ah, se você soubesse o quanto machuca escrever em primeira pessoa, é um suicídio verbal, é o que precisa ser e é o que alivia.
Ah, meu bem, se você caísse em si e me deixasse em paz...

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