Erisberto era o nome dele. Barba por fazer, cabelo no ombro, olhos e pele âmbar. Acordou com dificuldade, como se tivesse sido espancado. E alguém tivesse quebrado uma garrafa em sua cabeça. Acreditou ter bebido demais. Até que avistou uma silhueta conhecida. Era ela, Elis. Só podia ser ela. Cabelos louros até a cintura. Bochechas fartas. Pele tão branca que podia facilmente desaparecer na areia
- O que você faz aqui? - Erisberto suava e tremia, prestes a ter um ataque. - Foi você!
- Eu? - Elis franzia a testa.
- Sim! Só pode ter sido você! O que você fez comigo?
- Eu não fiz nada. Só acordei nessa ilha. E ouvi as regras vomitadas nos auto falantes.
- Foi você sim! Você vive a me perseguir.
- Eu não persigo você! Já faz alguns meses que nós não nos conhecemos mais.
- Mas você insiste em me perseguir! Você deveria ter me esquecido!
- Esqueci e segui em frente, Erisberto. Não somos mais os mesmos de meses atrás. Por favor, me deixe, pelo seu bem!
- Você tem que me deixar! Tenho uma vida estável! Tenho tudo o que um homem poderia querer. Inclusive filhos!
- Fico feliz por você! Também tenho uma vida estável! Tenho o emprego que sempre quis, e cuido de meus cães em minha casa. Solteira, mas com muitos filhos!
- Se distancie de mim, por favor, é tudo o que peço!
- Já me distanciei há muito tempo!
- Você é solteira! Certeza que me persegue e tem inveja de mim!
Alfred era o nome do terceiro. Barba no umbigo. Nariz de ponta de estrela. Olhos arrebitados. Quase sem bochechas. Só conseguia pensar em si mesmo e no quanto essas duas pessoas discutiam de forma desnecessária. Alfred achava a ilha uma ótima experiência. Desejava não sair de lá.
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