13 de fevereiro de 2016

Volte sempre.

Sou crua e fria. Peixe pequeno. Já quis ser baleia, já quis ser tubarão. Já pensei ser baiacu.
Pensei inclusive que ainda nadava, mas já fui pescada. 
Virei sushi. E qualquer outra comida que se come crua.
Tempero agridoce sou eu e não deixo de ser. Carne crua. Poderia estar frita, cozida, assada, grelhada, gratinada. Ainda estou crua, mas temperada.
Saboreie devagar. Odeie o quanto quiser. Cuspa. Deseje nunca mais experimentar. O gosto em sua boca vai ficar, ah se vai, e você sempre vai se lembrar do agridoce. 
Enjoativo como excesso de mel. 
Desce em sua garganta, como se fosse lhe asfixiar e retirar toda a água, como sal puro. 
Você foge, mas sempre volta. Você esquece o sabor, mas não a sensação.
Sou crua e agridoce. Meu restaurante ainda não fechou. Volte sempre.

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