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27 de julho de 2013

O melhor dos descansos

A guerra torna tudo mais difícil. Além de ter que aprender a viver,é preciso aprender a lidar com a morte das pessoas as quais se ama. Ou elas terão que aprender.
Nem todas as histórias terminam felizes. Tudo o que se escreve não faz parte de uma singela lembrança de algo ao qual se viveu.Ou não. Qualquer pessoa pode escrever sobre algo que não vivenciou. Percebe-se pela data de nascimento.
Ele estava lá,como sempre,do jeito que todos o conhecem. O sorriso largo,os pés no chão e o rosto que não era possível esquecer. Era assim que o via. Todos os dias,sempre daquela forma.
Alguém se aproximava.Bem diferente dele. Ouvia-se tiros e explosões. E não via mais esse alguém.Foram poucos minutos de conversa,mas a quietude sempre prevalecia.Talvez esteja morto,sendo devorado por urubus ou não lhe resta nada. Pisou em alguma mina,e teve seu corpo todo espalhado pelos ares. Não sei dizer o que houve,apenas que desapareceu.
E o primeiro a que me referi,foi mandado para a guerra. Fico feliz de saber que está vivo. Não sei como conversar com ele,sem querer saber como é estar na guerra. Uma das vontades que tenho é estar lá,não com uma arma na mão,mas a observar tudo bem de perto. E se tiver algum espírito bondoso,até salvar pessoas.Olhar crianças correndo às chamas e até ajudá-las ou ficar rir sozinha. Só acho graça de coisas totalmente deprimentes.
Essa psicopatia não se aplica à tudo. Sempre acho graça de piadas de humor negro ou de ouvir que alguém explodiu.
Por que o mundo não explode de uma vez? As pessoas precisam tanto viver, que não querem ter que cumprir suas obrigações de vida. Isso se elas querem ser cumpridas, talvez no maior momento de desespero, as obrigações criam sua própria vontade e desejam não ser cumpridas, porque um bom soldado merece o melhor dos descansos.

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