Um chamado foi feito. Eu atendi, aqui estou. Me foi pedido para contar minhas histórias a quem quiser saber.
Minhas histórias não são inspiradoras, mas quem sabe elas deem um tapa na cara da sua realidade, façam com que você perceba que nada é o que parece. Injusto, pessimista? Sim, porém honesto. Honesto como um espinho no seu dedo.
Isso! Um espinho no dedo. Não há nada mais honesto do que o espinho de uma rosa vermelha e saudável enterrado no seu polegar, causando dor e inflamação. Um corpo estranho que não pertence ao seu organismo, mas ele é um fato empírico para sua dor. Tem densidade e volume, é visível e de quebra enche seu dedo de bactérias. Ele está ali, não há nada mais, nada menos que ele.
Honesto porque não conta mentiras. Não dá expectativas falsas, não te faz acreditar que há esperança quando você sabe que seu dedo infeccionará. E acredite, ele irá. Honesto, também, porque causa incômodo, chama sua atenção sem pretensões ambiciosas. Ele só fez o papel dele de te afastar do lindo botão de rosa que nasce, que precisa de espaço, precisa do resguardo espinhoso em seu caule.
A rosa sim é injusta, é persuasiva, mentirosa. Não se deixe levar por sua beleza e encanto, você será atraído a um destino doloroso, sem volta. Rosas cheiram rosas, mas se exalassem de acordo com seu caráter, teriam odor de merda. Porém, o espinho, visto como vilão, nenhuma culpa tem. Ele é tão necessário quanto a rosa perversa. Tudo é necessário, mas a felicidade e a decepção são opcionais, uma leva à outra. Se você não quisesse a beleza da rosa só para o seu ser egoísta, não teria um espinho perfurado sua carne.
Um espinho, que outrora servia de aviso de perigo aos passantes, agora jaz morto em seu dedo curioso.
Tudo bem, não se culpe. O papel dele no universo foi cumprido. Retire-o do seu dedo e siga sua vida.
Thorn~
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