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23 de fevereiro de 2016

Eles têm vida!

Alfred era o mais sossegado. Sem brigas desnecessárias e sem pressa para sair da ilha. Para quê?, pensava ele, tantas obrigações lá fora e aqui tanta tranquilidade. Por que não considerar essa estadia uma espécie de férias?
Certo estava Alfred. Sem encrenca. Apenas deitado debaixo de uma árvore, coçando a barba e observando os formatos das nuvens.
Erisberto com aquele sangue nos olhos de sempre. Elis tentando entender o que fez de errado. E os rosnados de Erisberto toda vez que encarava Elis. Erisberto adorava cuspir no chão. Principalmente perto de Elis. Não sorriu em nenhum momento. Era sempre a cara fechada, rosnados e cuspes.
Elis só queria sair da ilha. Não valia a pena ficar tão longe da sociedade, da civilização, e bem ali naquela ilha estranha, suja e nojenta. Odiava natureza, vida selvagem, mosquitos, areia, mar, e por aí vai... Amava tecnologia. Mais do que amava a si mesma. O que mais sentia falta não era sua família, nem amigos: eram seus cães. Bartô, Felix, Piôi, Farofa, Alexandre, Peste e Melancia. Sentia saudades da felicidade deles ao vê-la chegar em casa. Será que alguém cuidará deles até ela chegar ao fim da ilha? Será que ela chegará ao fim da ilha? Precisava chegar. E ver seus cães novamente.
Erisberto pensava na esposa e nos filhos. Se casaram há quatro meses. Os filhos eram enteados, mas para ele, eram filhos, afinal, nunca o desrespeitaram. Era um bom padrasto. Fazia tudo o que podia pelos enteados. Júlio e Gustavo. Dois garotos pestinhas e todas as suas meninices. Erisberto entendia bem. E não os punia por isso.

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