Lá vem vocês II

Muita gente se pergunta se é possível renascer, especialmente quando injustamente, você tira de si mesmo, o bem mais precioso que é a vida. Provei que sim, é possível.

Já fui bruxa má, bruxa boa, já fui covarde, adorável e romântica. Já tive Dúvidas e Certezas, sobre o amor e sobre a vida. Já me despedi de bons e velhos amigos por motivos pessoais.

Fui amarga, agridoce e crua. Já me deixei voar. E me deixei ser livre. Fui tudo o que alguém poderia ser nessa vida. Acredito que mais um pouco.

Amei demais gente que nem sabia que eu existia. E gente que até sabia e desconfiava, mas que me desprezava. Já dei amor demais a quem não merecia. Acreditei em amizades que eu nunca deveria ter permitido entrada e permanência em minha vida por tanto tempo. 

Me arrependi de muito do que fiz e tive vontade de voltar no tempo e fazer diferente, dizer alguns "não" e continuar sendo quem eu costumava ser, o que nesses breves momentos, parecia ser bem melhor do que sou agora.

Hoje me arrependo de ter me arrependido de tudo e de rejeitar as mudanças e o amadurecimento que alguns fatos na minha vida proporcionaram. Ah, quanto roí as unhas para entender o que estava acontecendo comigo e porque tomei atitudes tão erradas... Por isso nem unha tenho mais!

Tenho em minha garganta palavras que não disse e me arrependo de não deixá-las fluir. O que entala na garganta vira veneno e vai matando aos poucos, sufocando. Tão perigoso é que chega a me impedir de comer e de viver ao menos o necessário. 

Veneno indireto que pode me tornar uma pessoa amarga, rabugenta e solitária. A escolha é minha. E, mudada que estou, escolhi rejeitar o veneno e me trazer de volta ao presente, onde eu não disse e não preciso dizer o que ficou entalado. Preciso apenas desengasgar! E não vai ser tão difícil, contanto que eu não invada o território inimigo e torne as coisas piores do que atualmente estão.

Se hoje partirei, é porque tal personalidade já não cabe à minha nova realidade. Não partirei por medo de arriscar, mas sim porque meu tempo acabou e não vale a pena mais viver sufocando a mim mesma com palavras e atitudes.

Adeus e obrigada pelo café.

R.I.P. Idiota Melodramática.