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7 de novembro de 2016

Pérfida

Quem eu sou e de onde vim?
Vim do presente que não teremos, porque você não quer, querida.
De onde nos conhecemos? Lugar nenhum, meu amor, eu sou a única que lhe observa e sofre
Sou a única que sabe tanto e tão pouco de você.
Por que você?
Como vou saber?
Não vejo corpos, cabelos, nem alma
Não vejo nada
Sou cega
Sou surda
E já fui muda, querida.
Apenas sinto e sofro, em dobro por não conseguir chegar até você.
E quando consegui chegar, você nem ao menos perguntou o quanto lutei para chegar até aqui
Você apenas se foi, sem nem ao menos tentar
E nunca quis ser feliz
A mim restou o medo, a rejeição, o ódio, a angústia, as fantasias de um amor impossível
A ilusão de que lhe faria muito feliz, mas você não quer
Não comigo
Talvez com outro alguém ou ao menos assim espero
Seja o que você quiser, o que se permitir
Minhas portas e janelas estão fechadas
Minha arma de chumbo está carregada
Você não vai entrar no meu coração de novo
Se entrar, vou atirar
Para mim, você é ameaça
Vá em paz
Para o seu bem, minha amada.
Eterna amada.

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