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2 de junho de 2018

É o fim?

Cá estou, machado em mãos, pronta a destruir o que me faz mal. Destruirei lembranças antigas que já não me cabem mais. Também destruirei lembranças mais atuais. Farei sucumbirem ao chão como árvores velhas. Farei móveis novos. Serei lenhador. É hora de destruir.
O único sangue em meu machado é o de minhas mãos, de tanto usar a força bruta que eu tiro de onde menos espero quando mais preciso. Alguns fazem isso por dinheiro, eu faço por mim mesma. Chega dessa energia ruim. Chega de decisões erradas. As pessoas erradas desaparecerão sozinhas com o tempo sem que eu precise cuidar disso. As certas se aproximarão, mas isso só o tempo dirá.
Diga, cara floresta, o que devo fazer de agora em diante? Eu só derrubo as árvores que atrapalham, não derrubarei as boas árvores, as que fazem bem, porque não cabe a mim decidir seu destino.
Estou eu brincando de Deus?
Faça acontecer, floresta, derrube as más árvores também! Junte-se a mim. O podre de algum interior arvoresco não vai destruir uma árvore inteira. Não é porque alguns podres existem que deveriam ser o fim de algumas árvores. As árvores se renovam, se reciclam, e voltam de forma a manter a floresta viva, em pé, mesmo que o homem use toda a força bruta possível a derrubá-la. Mesmo que apele para o fogo.
Diga-me, floresta, por que não tem todas as respostas? Só queria saber até quando vou continuar segurando o machado?
Eu já disse aos meus demônios que não é o fim. Eles continuam sussurrando e dizendo que sim. Mas você, floresta, sempre sabe o que fazer, então entrego minha vida a ti.
Leve-me, natureza. Conduza-me. Sou parte de ti.

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