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21 de outubro de 2018

À ti

Tu me és uva roxa
Que eu com trouxa
Carregada em minhas vestes
A capturo entre celestes
Mas tu cais ao chão
Fugindo da minha mão
E eu canto só a observar
A uva perdida a brotar
E quando voltar
Já não vai estar
O solo úmido escondeu-te
O solo seco esmoreceu-te
E novas uvas roxas nasceram
Outras apodreceram
E as lágrimas e versos para ti
Já há muito deixaram de existir

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