Mais um mês sem redes sociais e mais uma série de mudanças bastante notáveis, já que costumavam tomar grande parte do meu tempo e energia e me deixavam mentalmente doente, sem que eu percebesse e, pior, me deixava levar porque "todo mundo usa" e esse é justamente o problema: não é porque "todo mundo usa" que é bom.
Então, essas foram as mudanças do mês seis:
1. Carga menor de preocupação
Com as redes sociais, além de preocupação com a imagem e com o que os outros pensam, percebi que eu me preocupava demais com pessoas e situações fora do meu alcance e deixava o que estava mais próximo de lado. Tinha muitos amigos virtuais que eu nunca vi pessoalmente e mais pessoas que conheci pessoalmente, mas pouco nos víamos, mantínhamos contato mais virtual do que real, mas a preocupação com essas pessoas era real e suas decisões e postagens afetavam a minha vida pessoalmente. Um exemplo foi que um amigo virtual tirou a própria vida e me senti culpada, porque ele não morava tão longe de mim, poderíamos nos encontrar e conversar pessoalmente, mas eu sempre preferia o contato virtual, provalmente devido às inseguranças e ao medo de encontrar alguém "da internet" pessoalmente, poderia ser perigoso.
Sem as redes sociais, a minha preocupação maior sou eu mesma e a minha família pois são as pessoas mais próximas e com as quais realmente devo me preocupar - especialmente eu mesma.
Sem amigos virtuais, sem preocupação com qualquer coisa que saibam de mim. E, sem ver todas as postagens de pessoas conhecidas, menor preocupação com a vida delas e com a minha vontade de me aproximar, que era o que me deixava doente.
2. Passei a viver PESSOALMENTE
Com as redes sociais, eu pouco falava com as pessoas pessoalmente, meu contato para tudo era restrito à elas, afinal, sempre tem aquela procrastinação, se posso deixar para depois, por que fazer agora? Pois é, com isso, além de não falar pessoalmente com as pessoas que estavam do meu lado, ainda ficava choramingando nas redes sociais que era uma "estranha", "invisível" e "fracassada" que ninguém teria interesse nem em conversar. A verdade é que essas características todas nunca corresponderam à realidade e nada mais são do que um dos venenos das redes sociais.
E, sim, há pessoas para conversar pessoalmente, eu só não conseguia enxergar porque estava ocupada com algum assunto do momento ou estava envenenada com a opinião de um amigo virtual sobre a minha aparência, personalidade, etc e esquecia que eu podia mudar a minha vida e não ser como ele.
Minhas habilidade sociais mudaram bastante e não tenho vontade alguma de voltar àquele muro das lamentações que eram as redes sociais, que de sociais não têm nada.
3. Melhor desempenho acadêmico
Sem as redes sociais notei que tenho bastante tempo para estudar e me dedicar às atividades da faculdade, além de outras atividades que considero prazerosas. Percebi que antigamente, como estava presa à leitura e escrita, que são habilidades desenvolvidas nas redes sociais, acreditava que matérias exatas jamais entrariam na minha cabeça e que era necessário ter um dom para aprendê-las. Tudo balela. É necessário DEDICAR-SE à essas matérias, o tempo necessário para aprendê-las. E dedicação exige esforço, não precisa nascer com dom algum. Ninguém nasce aprendendo, se desenvolve as habilidades de acordo com os gostos pessoais e objetivos de vida.
Antigamente, como era legal ter muitos amigos nas redes sociais, eu aceitava qualquer pessoa na minha vida. Agora, tenho selecionado melhor, porque não adianta nada ter várias pessoas mandando várias coisas na minha linha do tempo, sendo que quando cometo um erro, essas pessoas somem, como se elas fossem perfeitas e eu fosse a única a errar. Então, passei a selecionar aquelas pessoas que sabem das coisas erradas que fiz e que continuam ao meu lado, dando alguns puxões de orelha, claro, mas JAMAIS me abandonam, porque elas sabem que são humanas e também erram ou tiveram erros muito parecidos no passado. Qualidade é melhor que quantidade. É melhor uma amizade que demonstre essa amizade no privado, pessoalmente ou de qualquer outra forma, do que uma amizade que apenas publica as coisas, me marca, mas quando mais preciso de alguém, essa pessoa some.
5. Maior qualidade no que assisto
Como sei que posso aproveitar melhor meu tempo com leitura, séries, filmes ou até estudando alguma matéria obrigatoriamente ou porque gosto do assunto, além de investir no meu próprio desenvolvimento pessoal, passei a abandonar aquele conteúdo que não me acrescenta nada e passei a procurar um conteúdo que me ajude na faculdade ou na vida. Não aquele entretenimento burro.
6. Menor carga dramática
Como agora tenho tempo para investir no meu desenvolvimento pessoal, a minha carga dramática deixou de ser tão alta, como se a vida fosse dura comigo e eu sempre fosse uma coitadinha, uma vítima. Faltava investir em mim e criar um tempo para fazer as coisas que preciso e as que gosto.
7. Maior investimento em desenvolvimento pessoal
Como me sobrou mais tempo e não tenho como ficar me comparando às pessoas, passei a investir em mim, a me avaliar e pensar nas coisas que eu gostaria de mudar em mim. Então tive tempo inclusive de pensar no que eu gosto das minhas versões anteriores, quais as melhores atitudes que tive e trazer isso para o meu momento presente, além de pensar nas falhas e procurar melhorá-las.
8. Parei de querer me aparecer
Decidi escrever para mim mesma, sem pressa, sem prazo e sem ficar pensando na audiência, em quem vai ler ou se vai chamar a atenção de alguma empresa, algum contratante que possa se interessar pelo meu conteúdo, meu material. Acho que a escrita não é um produto, que deve ser vendido. Eu acho que tem que vir do coração e que tem que ser gratuita, doada, ou seja, sem esperar nada em troca.
Antes eu esperava reconhecimento, dinheiro e até conquistar alguém com o que escrevia. E percebi que como fazia mais para outras pessoas do que para mim, além de me sentir vazia e caminhar para uma depressão, me sentia ansiosa porque queria que lessem e me elogiassem ou se identificassem comigo, parece que a escrita havia perdido o sentido para mim.
Para recuperar esse sentido, essa essência, decidi simplesmente deixar o blog privado para me reconectar comigo mesma e parar de querer chamar a atenção ou de atingir alguém com as palavras. Quero lembrar a mim mesma que não escrevo para os outros e sim para encontrar uma cura para mim e me permitir limpar a minha mente de todos os estímulos que recebo.
9. Meu desejo de ser encontrada diminuiu
Eu tenho feito coisas para sumir da vista das pessoas, especialmente aquelas cujo lugar é no meu passado distante - tão distante que elas são apenas um conjunto de memórias de pessoas com as quais tive bons momentos, mas elas deixaram de se encaixar na minha vida em algum momento e não cabem mais no meu momento presente e no meu futuro.
É como se eu tivesse me fechado mais e não quisesse que o passado me encontrasse para trazer à tona todas as coisas ruins que fiz para escancará-las, esfregar na minha cara e fazer com que elas definam quem eu sou agora. Foi a estratégia que encontrei para seguir em frente e não ser mais quem eu costumava ser. Coisa que não vai acontecer se eu permitir que as pessoas erradas me encontrem.
Enfim, essas foram as mudanças do mês, que foi um mês um pouco mais reflexivo para mim, porque não sai escrevendo tudo que vinha à minha mente, respeitei vários limites e percebi que não tenho gostado muito da pessoa que eu tenho me tornado e que preciso de um break para pensar em tudo o que não gosto em mim e buscar uma mudança.
Até o próximo post!
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