Um dia acordei, gritaram: cuidado! tem um urso no telhado!
Olhei para o urso, assim meio desconfiada, e não sabia se era uma ilusão, mas meu sonho se concretizou. Poderia dar um nome à ele. Como saber se era macho? E se fosse só um ladrão? Porque alguns homens só são peludos, não significam que sejam ursos.
O urso olhou para mim e urrou. Será que gostou de mim? Ninguém nunca gosta, acho que enfim alguém gostou.
Mas o que um urso fazia no telhado, se no Brasil nem tem urso? Talvez nem a natureza, sábia que é, saiba explicar, mas ele estava lá, pulando, enquanto as telhas caiam ao chão.
Era só um urso no telhado, em terras brasileiras. Nada que não aconteça no Brasil. Nada que não se possa explicar. Ou será que pode?
Não sei explicar, mas de repente, o urso urrou novamente, e ouvi miados de um gato qualquer. E eles começaram a dançar Ragatanga juntos no telhado, a olhar as telhas cairem no chão e nossas caras bobas de espanto.
Tinha um urso no telhado. E um gato também. Dançando Ragatanga. E era mais um dia normal na minha vida, até que resolvi me unir a eles e *acabou o efeito da droga*
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