Talvez hoje eu seria a garota que ama a família e amigos, a qual sempre posta suas declarações para entes querido no Facebook e Instagram. Aquela com o copo de cerveja na mão, em uma balada com as amigas, mandando indireta para ex namorados e inimigas. Falando de ex namorados para as amigas.
Ou aquela que tira selfies. Até aquela que tira várias fotos com o namorado e nunca esquece de deixar para ele um belo depoimento. Nem que seja um singelo coração, caso não estivesse inspirada.
Talvez eu seria aquela garota que quando passou no vestibular, os amigos deram um trote, encheram de tinta, ovo e farinha e levaram para a cidade, para o mico ser ainda maior.
Seria aquela típica universitária que tira selfie com as amigas no espelho do banheiro da faculdade. Tiraria fotos com as colegas da república, declarando meu amor por elas. Não perderia uma festa da faculdade. Também não me esqueceria de registrar eu estudando com minhas amigas. Não deixaria de registrar um momento da minha vida, pois todos seriam importantes.
Eu seria "Aquela Garota" que viveu cada momento de sua juventude. Aquela que todo mundo
admira, porque ela tem tudo o que quer.
Ninguém ia se afastar de mim, como se eu fosse uma leprosa. Ninguém acharia que eu sou depressiva. Ninguém me veria com maus olhos.
Todos me tratariam bem. Seria amada na mesma proporção em que amo. Teria tudo que sempre quis.
Não culpo o destino por hoje não ser Aquela Garota. Culpo a mim mesma por escolher ser uma Idiota Melodramática.
Escolhi ser arrogante e orgulhosa, mesmo não tendo motivos para me orgulhar de alguma coisa. Escolhi julgar ao invés de viver. Escolhi invejar ao invés de apenas ser. Fiz todas as piores escolhas que alguém poderia fazer. E agora, aos vinte, vivo como uma velha: rabugenta, amarga, lamentando a vida.
E daqui para pior.
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