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3 de abril de 2015

Bolha.

Nas minhas mãos, uma adaga. Ao meu redor, a minha bolha. Ao redor de minha bolha, seres humanos. Nas mãos deles, pedras.
Segue minha bolha a me proteger, completamente intacta. Seguem as pedras deles, a brilhar. Algumas preciosas, outras enganosas.
Sigo eu, com a adaga a me ferir. E o reflexo da bolha, carregando meu sangue, minha fúria, minha desilusão. Seguiam meus olhos, carregando dor, mágoa, angústia e desilusão. Seguia minha bolha, me afogando com meus pensamentos torpes.
Até que no caminho, havia uma grande pedra lascada. A pedra rasgou a minha bolha e quebrou a adaga. O mesmo sucedeu a outras pessoas.
Então percebi que a bolha não era apenas minha. Todos tinham a sua enorme bolha, e milhares de pedras voando em sua direção. Todos eram parte de uma bolha ainda maior que incidia sobre eles.
As pedras eram apenas pedras. Não tinham valor algum. Eu não precisava ter tanto cuidado em tentar desviar delas, porque elas sempre estariam ali, voando em todas as direções. 
Eu não precisava tratar os seres humanos como inimigos e nem culpá-los pelas pedras.
Só precisava seguir, de preferência fora da bolha, pois ela sempre foi imaginária. Ela só se tornou real, porque assim eu quis.

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