Operação

"Só escrever. Só estudar". Diga isso mais alto. 

Grite para meus sentimentos e emoções.

Tudo é no tempo que minha alma quer. E se meu coração permitir.

Não, não adianta "só fazer". Minha mente aclama que seja bem feito. Bem explorado. Bem estudado. Meu coração aclama que seja bem sentido. E que doa muito. Que me faça chorar. Que me faça sangrar. Que desnude. E exponha todos os meus temores. 

Esta dupla exclama, aclama e grita: "é melhor que todas as emoções, sentidos, anjos e demônios estejam expostos naquele trabalho ou você nunca chegará aonde quer". Perfeição - maldito desejo humano. 

Se não há tudo isso - e bem mais, porque para eles é pouco - no que faço, para que fazer?

Tem que ser algo que, no final, quando já não houver mais um corpo, a alma perambulará pelo coração e pela consciência de quem lê ou ouve o que foi lido. 

Se não vejo a minha morte na vida daquelas palavras, para quê continuar? 

Para quê tanto esforço em algo que não viverá?

Para quê? Por que? Para quem? Por quem?

Pode ser uma dica, um conselho, um alerta ou só mais uma forma de expressão. 

Tudo sempre fica à mercê da interpretação.