Identificada com o codinome Loba da Estepe, agora no vácuo vejo o quão extensa a Terra é. E o quanto eu costumava perder tempo com coisas e pessoas triviais. E não é uma carga maior ou menor de drama que faria o tempo voltar e as coisas deixarem de acontecer.
Um piso errôneo quase fez-me adentrar à Terra novamente, bem antes do tempo. Ainda bem que agarrei-me ao satélite e impedi que acontecesse.
Quando alguém cai na Terra, entra em chamas e vira pó em pleno ar. Foi o destino de um astronauta querido que não procurou ajuda para fugir logo da gravidade. Ela sim é responsável por nos colocar para baixo. Literalmente.
Quem sabe não seja ela a responsável pelos sentimentos de incapacidade?
Dizia o Lobo da Estepe, que cansado da dor, os lobos sucumbem ao espaço e finalmente ao humor.
Quem sabe o humor seja a cura para o que não pode ser mudado?
"Distancie-se agora da órbita terrestre", diz a voz na transmissão.
De volta à cabine, deixo-me divertir sozinha bem longe da gravidade.
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16 de novembro de 2018
D'gravidade
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