Uma das palavras terrenas que nunca entendi foi a palavra "solenidade". Algumas vezes havia uma celebração com alguma cor em destaque, alguma história que ninguém podia confirmar se era verdade - mas já que obrigaram a comemorar, as pessoas seguiam o fluxo, o gado ou, como astronauta que sou nesse momento, as transmissões.
A solenidade agora era sobre a volta de uma das astronautas de uma equipe que entrou em missão depois da minha. Ela finalizou a missão perfeitamente, sem ter nenhum problema com as transmissões, oxigênio ou sanidade mental.
E, ao saber disso e ouvir as transmissões da minha equipe, fui pressionada a abortar a missão, pois não teria a chance de conclui-la. Alguém na mesma idade já concluiu e levou as descobertas para a Terra.
Então, embora me recuperando da falta de oxigênio, pensei cá comigo mesma: será que foi tão perfeita assim? Ela ainda tem que voltar à Terra, quem garante que não sofrerá lá o que não sofreu aqui?
Mas, ao fim das minhas reflexões, vejo que não importa. Algumas decisões não podem ser tomadas de forma tão rápida, pois não dizem respeito apenas à lógica.
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