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30 de março de 2019

OPINIÃO - 5 meses sem redes sociais: mais algumas mudanças e algum amadurecimento

Um dos passos que tenho seguido para lidar com várias questões internas é o de me afastar completamente das redes sociais e de seu excesso de conteúdo desnecessário sobre as pessoas que a gente acaba mantendo nas redes por educação, já que se tornou uma obrigação social e é moldada uma regra de que é falta de educação não ter todas as pessoas conhecidas possíveis em seu perfil. Pois bem, eu tomei a liberdade de não ter perfil algum e me ver livre dessa obrigação social, que, quando você para de acessar, percebe que não é tão necessária quanto as pessoas mais viciadas acreditam.
Ao fazer uma viagem no tempo em meus posts anteriores sobre esse assunto, percebi que muita coisa mudou em apenas um mês em relação ao último post.


1. Preocupação com conteúdo, não com frequência de postagem
Quando eu vivia em redes sociais, ficava muito preocupada em postar todos os dias, não sei qual a necessidade, mas aparentemente eu queria provar que era uma pessoa cheia de conteúdo. Como se eu quisesse realmente provar algo para as pessoas que eu tinha no meu perfil, ao invés de apenas viver a minha vida e deixar essas questões para o segundo plano.
Sem nenhuma dessas redes, eu tenho procurado conteúdo para não repetir o que já postei por aqui, e para sair do ciclo de falar sempre os mesmos assuntos com as pessoas. Um deles é justamente sobre as redes sociais e o quanto elas não são importantes. Tenho falado muito disso e achei que seria interessante pesquisar mais, "trocar o disco" e parar de falar sempre sobre o quanto sou contra essa obrigação social.
Com isso, tenho lido sobre vários assuntos, inclusive os que antigamente não me interessavam pois não estavam dentro das minhas experiências de vida e do que eu precisava saber, seja para a escola, faculdade ou com algum fim profissional ou financeiro.
Tenho lido tanta coisa e escrito tanta coisa, que meus rascunhos do blog estão bem guardados, esperando eu decidir quando vou publicar e qual está melhor escrito e com um conteúdo mais elaborado. Geralmente escolho aquele que acredito que esteja "pronto", mas se tratando de blog e de pensar no que vou publicar, nenhum deles está realmente "pronto", sempre sinto que falta alguma coisa e acabo pesquisando mais coisas para encontrar o que falta até que finalmente surge a ideia complementar. 
Então aprendi que ao invés de me preocupar com a frequência, é melhor dar um tempo para amadurecer as ideias e os ideais, antes de publicar.
Uma coisa que eu sempre vou ser contra é a ideia de que para ter anunciantes, é necessário ter uma frequência - geralmente diária - de postagens. Não dá para trazer um conteúdo novo, interessante e bem elaborado em um dia. A gente fica preso nas próprias ideias e acaba trazendo um conteúdo mal elaborado e pouco satisfatório, especialmente para quem publica, não só para quem acompanha. Então prefiro não ter anunciante nenhum e ficar meses sem postar, até encontrar algo legal para postar, do que ter milhares, postar todo dia e sentir falta de aprimorar o que trago para o blog.

2. Preocupação em fazer o que gosto, não em agradar alguém ou atingir expectativas
Nas redes sociais, a gente sempre algum ou alguns "alvos", pessoas que a gente queria de certa forma atingir, seja positivamente ou negativamente, para que as pessoas cheguem até nós. Mesmo que não se tenha pessoas definidas em mente, sempre há aquela necessidade de encontrar alguém por lá, independente do interesse na pessoa, seja pessoal, profissional ou financeiro.
Sem elas, eu tenho procurado ME agradar e ser o mais feliz possível dentro da realidade que tenho construído para mim. As pessoas que se interessam no que eu faço, são atraídas espontaneamente, sem que eu precise implorar para que elas tenham interesse em mim, como fazia nas redes sociais.
Aprendi com alguns vídeos que na carência, no desespero, não se atrai ninguém, muito pelo contrário, se cria gatilhos de repulsão, que fazem com que as pessoas se afastem mais ainda. Enquanto que uma pessoa que se constrói e investe em si mesma, atrai naturalmente as pessoas, além de ter uma qualidade de vida melhor, pois quem é feliz consigo mesmo, encontrou a verdadeira felicidade, que é a de celebrar a existência, enxergar o lado positivo e ter gratidão pela vida.
Além disso, tenho quebrado certas expectativas sobre quem devo ser ou como devo agir de acordo com a minha idade e com o que espero da "vida adulta" ou do que vi em outras pessoas. Afinal, essas expectativas nunca serão atingidas e é só uma forma de tortura psicológica, que nunca levará a lugar algum, só a sentimentos ruins e suas consequências.
Tenho me preocupado muito mais com o que penso e não com o que as pessoas vão pensar. Tive uma conversa pessoalmente com alguém - o que foi muito importante para mim nesse momento - em que dissemos que muitas vezes nos preocupamos com: o que pensamos, o que os outros pensam e no que pensamos que os outros vão pensar. E, na maioria das vezes, isso nos deixa doentes.

3. Gosto musical melhor
Eu costumava selecionar as músicas pelo que as pessoas diziam ser melhor e pelo que a mídia divulgava sobre "pessoas inteligentes" e o tipo de música que essas pessoas costumam ouvir. Claramente, eu era infeliz, porque não escolhia as músicas pelo meu gosto pessoal, escolhia pelo que os outros diziam ser melhor e esquecia de ME ouvir e escolher o que era melhor para mim.
Agora, "alienada" delas, ouço de tudo um pouco, inclusive as "músicas de pessoas pouco inteligentes", e coloco na minha playlist - carinhosamente chamada de Happy Moments - aquelas músicas que me fazem bem. Seja porque são nostálgicas ou porque me provocam emoções boas o suficiente para esquecer os problemas e valorizar o caminho até aqui, bem como as coisas e pessoas que tenho, não as que pretendo ter ou as que se foram.

4. Aceitei a chegada da idade como uma benção, não como um problema
Apareceram alguns cabelinhos brancos quando prendi o cabelo e fiz uma espécie de topete baixo, deixando bem evidentes. Não entrei em desespero, apenas comprei uma tinta e fui pintá-los, sem pensar muito nisso.
A chegada da idade, nos últimos meses, não tem sido um problema, pois sei que com a idade vem o amadurecimento e a energia diminui. A diminuição da energia não é um problema, pois quando se é jovem demais, se tem mais energia e, com isso, mais estresse por coisas pequenas e desnecessárias. Com a idade, como a energia vai diminuindo, essas preocupações diminuem, porque você passa a pensar no que vale a pena o gasto de energia e o que simplesmente não vale.
Por isso, tenho abraçado a chegada da idade e espero que nos próximos meses e anos, eu cresça nesse ritmo que cresci nos últimos 5 meses: sem pressa e com a minha própria fluidez e ritmo.
Quando usava as redes, entrava em desespero quando passava mais um ano e parecia que a minha vida não tinha mudado nada com o passar do tempo. Passava dez anos e os dramas pareciam os mesmos. Mas não é que não tenha mudado, era eu que não consegui enxergar as mudanças, porque estava ocupada tentando alcançar expectativas para a minha faixa etária, que como eu disse, nunca serão alcançadas, só servem para tortura psicológica.

5. Passei a tomar mais cuidado com o que falo e com o que publico
Antigamente, eu falava qualquer coisa para simplesmente falar com alguém, e publicava qualquer coisa que eu via pela frente. Agora tenho pensado melhor nas coisas que pretendo falar, com quem devo falar e se o que publico vai causar algum impacto negativo seja em mim mesma, quando eu voltar ao texto e ler, seja em qualquer outra pessoa que tenha acesso a esses textos.
Não tenho conseguido me comunicar sem pensar várias vezes sobre o que e como vou falar. E tenho procurado não mandar indiretas, nem em publicar coisas negativas. Procuro publicar apenas o que me faz bem e driblar as emoções negativas, ao invés de alimentá-las e deixá-las "sugar" as emoções boas e tomarem conta de minha vida, como se só elas fossem importantes e como se eu não tivesse feito nada de bom até agora, o que eu tenho aprendido que não é verdade.

6. Desenvolvimento de outras habilidades
Com as redes sociais, há habilidades que são desenvolvidas: leitura, interpretação de textos e imagens, escrita, comunicação, expressão de emoções e, as minhas preferidas, o sarcasmo e a ironia. Não são de todo ruim, afinal, não deixam de ser habilidades - inclusive cobradas em concurso.
MAS
Sem elas, passei a lembrar de várias coisas que fiz na infância e na adolescência e das quais tenho sentido falta e passei a desenvolver as que estavam ao meu alcance. Uma delas, a programação em JAVA, que eu gostava de fazer quando era adolescente e que me fazia passar muita raiva, mas agora sem perder tempo com redes sociais, percebi que nem é tão difícil assim, só requer prestar atenção e ter muita paciência - virtudes que não se tem quando se passa muito tempo nas redes sociais. Virtudes ou habilidades, acredito que atenção e paciência também sejam habilidades necessárias para muitas coisas na vida, inclusive para lidar com as pessoas. 
Nem todas as habilidades precisam ser reconhecidas como legais por outras pessoas, algumas são apenas habilidades sociais como uma que tento desenvolver que, um psicólogo que também é youtuber, Alexander Voger, chama carinhosamente de "ciência da sedução e de melhores relacionamentos", ênfase em melhores relacionamentos. O trabalho dele é tão bem feito e tão completo que ele fez uma série de lives em que ele coloca seus seguidores a trabalharem em suas fraquezas e qualidades para chegar ao amor próprio, que é o primeiro passo para quem deseja ter qualquer tipo de relacionamento com qualquer pessoa, e é o mais importante porque é o que vai atrair relacionamentos saudáveis, começando com o relacionamento interno e individual. São habilidades sem valor profissional - diferente de uma programação, por exemplo - mas que uma vez desenvolvidas, tornam todos os âmbitos da vida melhores, afinal, dependemos da qualidade das relações para ter uma vida melhor - principalmente a relação interna!
E outras habilidades que pretendo desenvolver são as habilidades musicais, mas essas eu deixo para outro post.

7. Melhora no humor
Como disse no post OPINIÃO - Dois meses sem redes sociais: o que mudou na minha vida?, esse período sem redes sociais tem feito diferença na minha saúde mental, ao ponto de fazer meus sintomas de depressão desaparecerem e ansiedade não me incomodar mais. Acredito que seja porque, sem aquele excesso de informações, meu humor melhorou e nem sempre estou estressada com alguma coisa que li por lá, seja porque acreditei ser indireta para mim ou alguma notícia chocante e desnecessária - a maioria das notícias veiculadas por lá são falsas.
E, junto à melhora no humor, vem a melhora na autoestima, pois não tenho me comparado às outras pessoas da forma como fazia quando acessava diariamente essas redes.

8. Sem remorso, mágoa ou rancor
Embora eu tenha dito no post OPINIÃO - Dois meses sem redes sociais: o que mudou na minha vida? que existe o problema de eu ficar presa na minha cabeça, algumas vezes remoendo coisas do passado, porém, em um prazo maior, percebi que tenho perdoado as pessoas e me perdoado pelas coisas ruins e não tenho guardado remorso, mágoa ou rancor. Quando eu bloqueava alguém nas redes sociais, para que a pessoa simplesmente deixasse de existir e eu não a visse mais, parecia que esses sentimentos eram reforçados e eu não conseguia simplesmente esquecer. Agora é mais fácil esquecer e perdoar, porque simplesmente não tenho como ver essas pessoas se eu simplesmente não quiser, e não tenho "amigos em comum" que mostrem qualquer imagem dessas pessoas, nem me façam lembrar que elas existem. Apenas tenho um contato mais superficial em que conversamos apenas sobre assuntos que nos fazem bem e nos interessam de verdade, sem falar sobre pessoas que não tem importância alguma na minha vida.

9. Fortalecimento do filtro interno
Quando acessava as redes sociais, sempre que alguém me "cutucava" na vida real, seja fazendo bullying ou querendo me provocar com alguma coisa que eu fiz no passado, seja distante ou não tão distante assim, eu corria encher as redes sociais de indiretas e posts agressivos, que na realidade faziam mal apenas a mim mesma, não a essas pessoas.
Sem essa forma de atingir essas pessoas - até um certo ponto maldosas - aprendi a me acalmar, ignorar qualquer comentário que me atinja profundamente e filtrar o que vai ficar na minha mente e o que vai pro "lixo". Aprendi até a escrever o que disseram em um papel, rasgar e fingir que nunca aconteceu. Ou imaginar que sonhei com isso e que não aconteceu nada ou que foi impressão minha.
E se nada disso funcionar, simplesmente coloco um fone de ouvido e vou ouvir as músicas que me fazem bem, ao invés de dar ouvidos a quem quer o meu mal.
Além disso, como sei que preocupações adoecem, aprendi a selecionar com o que devo me preocupar e o que simplesmente não vale a pena. Havia muitas preocupações pequenas dentro de mim e nenhuma delas me levaria a lugar algum.

10. Fortalecimento do meu mundo interior
As redes sociais reforçam o sentimento de impotência e também de prepotência, fazendo o mesmo que a propaganda: fazer as pessoas se sentirem mal consigo mesmas para que elas consumam produtos, que segundo a propaganda, as farão atingir aqueles padrões de beleza, saúde e comportamento. Claramente há um exagero nesses padrões, para que as empresas possam lucrar com a insegurança alheia, pois quanto mais gente insegura, mais consumidores em busca da "felicidade enlatada" que esses produtos prometem.
Sem elas, meu mundo interior ficou mais fortalecido, ou seja, passei a enxergar qualidades em mim que não via quando usava essas redes, pois estava preocupada em atingir padrões inalcançáveis, ao invés de olhar para mim e enxergar que não tem nada de errado comigo. E, na verdade, só fui enxergar isso, depois de ler notícias e ver vídeos sobre vítimas de incêndio, por exemplo, que tiveram seu corpo deformado e realmente necessitam de cirurgia plástica para ter a vida o mais normal possível diante do que aconteceu com elas, e uma tentativa de restabelecer sua autoestima. Passei a ser grata por ter um rosto e um corpo perfeitos, não cheguei a ter esse tipo de problema.
E, depois de ler o livro Como eu era antes de você, da Jojo Moyes, passei a enxergar também que sou uma pessoa inteira com uma vida pela frente e que devo aproveitar cada minuto, pois nunca sei o que pode me acontecer e mudar completamente tudo, a ponto de dar motivos ainda mais graves para o desenvolvimento de uma depressão, como aconteceu com Will Traynor.

11. Uma vida sem exposição e julgamento
Após ler o post 10 motivos que comprovam que a vida sem as redes sociais seria melhor do site Oba Oba, parei para pensar em algo que me aconteceu ano passado e percebi que, sim, é uma boa ideia viver uma vida sem exposição e julgamento. Eu vivenciei uma situação em que fiz algo errado e as pessoas olhavam meus perfis para reforçar seus argumentos e até saber quem eu era para manter distância ou para falar certas coisas quando eu passava. Pessoas que esquecem de ver o outro lado e querem cobrar "empatia".
Eu me preocupava bem mais com isso quando tinha redes sociais, tanto que deletei os perfis temporariamente até que a situação esfriasse, para que essas pessoas tirassem a minha imagem da cabeça e esquecessem que eu existo. Funcionou, porque elas não tinham motivos novos para falar de mim, elas ficaram presas ao que aconteceu e a última coisa que postei e pararam de falar de mim como se elas nunca tivessem cometido erros na vida e fossem perfeitas, sem perceber que o que elas falavam de mim já era um erro e dizia muito do caráter delas.
E, no final, eu sei que enquanto eu existir, cometerei erros e serei julgada, a minha saúde dependerá da preocupação e da atenção que eu der a essas pessoas, mas faz MUITA diferença simplesmente sumir e manter uma vida reservada, restrita apenas a quem pergunta e demonstra interesse por mim.
Com o tempo e amadurecimento das ideias, aprendi que a exposição "ao ridículo" só é catastrofizada, ou seja, só ganha um senso grande de importância das outras pessoas, na primeira vez que acontece - especialmente quando a pessoa é reservada. A partir da segunda vez, já não é mais novidade, então o senso de importância das pessoas é menor. Logo, não há porque temer a exposição. Muito pelo contrário: há que se lembrar que quando deixa de ser novidade, deixa de ser um fator de autossabotagem. Além disso, a chance de alguém me chantagear com isso é menor, porque dessa vez eu não me importo em ser exposta, se a pessoa falar "vou expor", eu respondo "exponha, inclusive se precisar de mais material, só falar, tenho materiais ótimos aqui". Diferente de quando eu ficava horas nas redes sociais, preocupada com a imagem que ia passar para as outras pessoas e que em uma situação dessas diria algo como: "por favor, não me exponha, é horrível, não quero passar por isso de novo". Parei de empoderar gente manipuladora e abusiva que usaria isso contra mim e passei a ser uma pessoa mais calma, tranquila que não cede tão facilmente à chantagem alheia. Que chantageiem, que exponham, que façam o que quiser, não faz diferença alguma na minha vida.

12. O tamanho das postagens
Eu sempre me preocupava com o tamanho de cada postagem, porque poderia entediar as pessoas - afinal, preciso me adequar a um tempo em que as pessoas não leem tanto e não tem tempo de ler. Agora, eu sou fiel ao que quero expressar, independente do tamanho do texto, o importante é o conteúdo, afinal, nada pior do que fazer um texto resumido demais e sentir que falta algo.

13. Recaídas
Havia uma página no Facebook que eu costumava acessar regularmente e, no final desses 5 ótimos meses, tive uma recaída e voltei a acessá-la, mesmo que agora ela me faça muito mal. Na verdade, sempre me fez muito mal e só mostrou o desvalor de seguir o que as outras pessoas dizem ser "legal", porque o que é uma fonte de entretenimento para muita gente, para mim foi uma fonte de dor de cabeça e até de danos psicológicos, mas, por algum motivo acabei voltando. Então, quando voltei ao trabalho que venho desenvolvendo nos últimos meses - quase um ano - lembrei-me de que recaídas são parte importante do processo. É como cair da bicicleta após anos de prática: é normal, acontece, é natural, afinal, como uma amiga disse: "somos humanos e estamos sujeitos a falhas". Então, resolvi documentar aqui essa falha, afinal, por mais que eu tente, não dá para ser perfeita.
O lado bom desse trabalho é que não vejo a página como algo bom e necessário, afinal, tenho muitos outros meios de conseguir informações e de conhecer pessoas legais, além de encontrar algum apoio emocional quando as coisas apertam. E qualquer meio é melhor que aquela página. Eu não via isso antes porque estava cega pelo vício.
Consegui rebater o sentimento de fracasso causado pela recaída trabalhando o meu emocional, através de aprendizado com o youtuber Alexander Voger e com trabalho da psicóloga nas sessões de psicoterapia - e veja porque é importante ter acompanhamento psicológico. Ao invés de mentalizar: "Preciso parar de acessar essa página", passei a mentalizar "Eu confio em mim mesma e sei que sou capaz de abandonar hábitos autodestrutivos, entre eles essa página. Se fui capaz de abandonar todas as redes sociais, sou capaz de não acessá-la mais, pois tenho força de vontade e não sou mais aquela pessoa fraca regida pelas emoções. Sou agora regida pela razão". E assim aprendi que quando mentalizo "Preciso parar de..." eu foco na pendência e nos meus defeitos, reforçando minhas inseguranças. Em contrapartida, quando digo que confio em mim mesma, reforço o sentimento de confiança, quando digo que "sei que" reforço que sei quem eu sou, e quando digo "sou capaz" reforço o sentimento de capacidade de vencer os hábitos que desejo eliminar da minha vida. Eu assumo a responsabilidade pelos meus atos e passo a acreditar em mim, na minha capacidade, no meu esforço. Ao dizer "Se fui capaz de" paro de remoer o passado e lembro das vezes em que fui mais forte que o vício e que as emoções e que meu passado não é só o conjunto de minhas fraquezas, mas de minhas forças também. Com "sou capaz de não fazer mais isso" projeto o sucesso do passado no futuro e lembro que o passado é passível de ser repetido, que algo que deu certo no passado pode funcionar no futuro e no presente também. Depois há "tenho força de vontade", lembrando que da mesma forma que lidei com isso anteriormente, mesmo diante de recaídas e de vontade de voltar aos hábitos tóxicos, com minha força interior, com a vontade de mudar, fui capaz de mudar realmente e de ter orgulho dos resultados alcançados. "Não sou mais aquela pessoa", ou seja, não coloquei a mudança para o plano futuro, a mudança já aconteceu e já faz parte do meu presente.
"Sou agora regida pela razão", ou seja, não são as minhas emoções que me dominam, sou eu que as domino, sou eu dona de mim mesma e já estou em um trabalho interno de mudança, de forma racional e o menos destrutiva possível, já que não dá para ser perfeita.
Enfim, resumindo, ao invés de me criticar, passei a exercitar as qualidades e a confiança em mim e no trabalho que tenho feito junto a profissionais da saúde mental, família e amizades.

14. Mais atenção
Sem as redes sociais, que são um meio de procrastinação, a minha atenção está mais focada no que interessa - no meu caso as aulas da faculdade - e nem tanto no feed de notícias que sempre exibia uma miríade de informações inúteis, afinal, a não ser que a pessoa tenha falado comigo diretamente e precisado de alguém em quem confiar e com quem desabafar, há coisas que eu realmente não preciso saber, só preciso de informações que me acrescentem algo. Só preciso das informações que a faculdade fornece e das que eu procuro ou eventualmente encontro espontaneamente, sejam elas profissionais ou pessoais. Não me interessa saber quem casou, quem namora, quem teve filho, quem separou. A não ser que haja uma conexão real e verdadeira com essa pessoa, a ponto de ela poder contar comigo quando precisar e vice versa.
Além desse tipo de atenção, também estou mais atenta às pessoas e aos eventos a minha volta. Eu passava muito tempo ansiosa pelas novidades das redes sociais, à espera de que alguém me contatasse. Agora tenho estado mais presente para o momento e para as pessoas próximas de mim. Tenho percebido que, ao final, não é que eu seja tímida ou instrospectiva, apenas não dava valor às pessoas mais próximas pois estava preocupada demais com as pessoas que não estavam presentes no momento e sonhava, fantasiava com pessoas que não queriam fazer parte da minha vida.

15. Enriquecimento do vocabulário
Ao ter mais tempo para ler mais e me dedicar também ao desenvolvimento pessoal, meu vocabulário foi enriquecido, pois com as redes sociais, eu acabava por repetir o vocabulário mais utilizado pelas pessoas nesses meios, especialmente os memes. Não que usar gírias contemporâneas seja errado, mas como "trabalho" com escrita, é muito bom contemplar o meu progresso na escrita e na melhor expressão dos meus pensamentos e sentimentos.

16. Ainda sobre empoderar e senso de importância
Como orientada por psicóloga anterior, em uma roda de conversa presencial, nas redes sociais as pessoas tendem a intensificar suas emoções e transformar acontecimentos pequenos em algo grande, como se fosse o fim do mundo, uma catástrofe, evento conhecido como catastrofismo. Eu tinha conversado isso com uma pessoa que conheci: havíamos nos desentendido via redes sociais, porém quando nos vimos pessoalmente, ambos sobreviveram e passam bem, sem uma discussão calorosa como aconteceu no ambiente virtual. Inclusive, pegamos as conversas do histórico e falamos: nossa, quem lesse isso pensaria que um ia matar o outro quando se visse pessoalmente. 
Se as emoções na vida pessoal tivessem a intensidade que têm na vida virtual, muitas pessoas estariam doentes e até mortas.
A "voz" utilizada na escrita e no áudio das redes sociais, é diferente da voz utilizada na vida real, ou seja, nas redes sociais tendemos a ser mais agressivos e a pensar menos no que vamos falar. É tudo rápido, instantâneo e doa a quem doer. Até que a gente se acalma e se arrepende do que disse e esse arrependimento corroi quando se fica horas nessas redes sociais pensando em como a conversa poderia ter sido mais eficaz, tanto para que a pessoa "perdesse" na guerra de egos e se pudesse "lacrar", ou seja, fazer um espetáculo em que se ganhasse a discussão com classe, ao invés de ter uma conversa de igual para igual sem brigar e sem querer vencer a discussão, mas apenas tirar um peso da consciência e reconhecer os próprios erros, sem com isso se condenar e achar que deve pagar por isso ou que outra pessoa deva ser julgada, apontada para sempre por ter errado.

17. Não preciso explicar porque postei ou deixei de postar algo
Nas redes sociais eu era cobrada para postar algo ou deletar, porque alguém achava ofensivo. E eu me preocupava muito com isso. Agora se alguém falar isso sobre as coisas que publico, simplesmente falo: não gostou, não leia, eu não preciso da sua atenção, eu gosto do que publico e é isso que importa.

18. Passei a reconhecer meus defeitos e minhas falhas
Antigamente eu apontava as falhas nas outras pessoas e projetava o que pensava de mim mesma nelas, culpando-as pelas coisas que deram errado na minha vida. Julgava-as como tóxicas, abusivas, e esquecia que todo conflito tem dois lados e nenhum deles tem razão plena, afinal, se há um conflito egos foram confrontados, pessoas se machucaram e, por ter se deixado levar por uma emoção desnecessária e momentânea, as duas pessoas estão erradas. Isso pode ser resolvido com uma conversa em que as duas pessoas enxerguem que têm falhas e defeitos, e que, portanto as duas erraram, não há melhor nem pior. As duas são humanas e passíveis de errar e ser injustas com  as pessoas.
Com essa atitude - que muita gente considera extrema - me tornei uma pessoa consciente, admito que não sou perfeita e que da mesma forma que muitas pessoas foram tóxicas na minha vida, eu também fui tóxica na vida dessas pessoas. Tive uma conversa com alguém em que concordamos que tínhamos uma amizade tóxica em que ambos eram tóxicos um para o outro e que estávamos nos metendo demais na vida um do outro, a ponto de paralizar-nos e reconhecemos a necessidade de uma distância permanente para que nossas vidas progridam e possamos esquecer o que aconteceu. Reconhecemos nossas falhas e nos afastamos ao invés de nos prender ao que aconteceu e como poderíamos mudar. Algumas vezes amadurecer implica reconhecer as próprias falhas, deixar pessoas para trás e buscar mudança interior, não mudança em um relacionamento que já não funciona e que foi completamente destruído pela guerra de egos que resultou em dois egos feridos.




Enfim, acredito que tenham sido esses os ponto-chaves desse quinto mês sem redes sociais, e espero trazer ainda mais conteúdo a respeito do assunto, além de amadurecer ainda mais e perceber que há uma vida lá fora, muito mais grandiosa do que algumas palavras em uma tela brilhante e sem vida própria.


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