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27 de abril de 2019

Fêmea Escrota: Mulher TAMBÉM assedia

É claro que vivemos na cultura do estupro em que a mulher, mesmo bem novinha, uma menina ainda, sai na rua e vai ser assediada por milhares de homens. Seja assovios, elogios e até frases mais explícitas. Mas, vale lembrar que mulher também assedia, seja homens, mulheres, agêneros, bigêneros, etc.
A verdade nua e crua é que a mulher está em uma posição de vítima dos homens, mas esquece-se que a mulher também assedia homens e mulheres na rua, bar, açougue, padaria, e às vezes, quando é uma pessoa inacessível, seja um homossexual ou uma mulher heterossexual, adoram dizer a clássica frase: "que desperdício", que muita gente atribui apenas aos homens quando veem duas mulheres juntas.
Como a mulher não tem aquela imagem igual a do homem de que "todo homem é um potencial estuprador", então o assédio cometido por elas é desconsiderado, ou seja, considerado fora de perigo. Esquece-se que, embora haja poucas mulheres que estupram, há muitas mulheres violentas capazes de tirar a vida de alguém ou a própria vida em vista de chamar a atenção de alguém. Não é porque tais atos violentos ocorrem de forma menos frequente em comparação aos homens, que simplesmente deixam de existir.
Assim como os homens, mulher também difama, persegue, força interação, manda mensagem ou liga incessamente, assovia ou elogia pessoas na rua, e sabem fazer terrorismo psicológico melhor do que os homens, pois elas não utilizam apenas palavras de baixo calão, elas estudam a pessoa e constroem argumentos com o que sabem da pessoa, o que pode fazê-las destruir a reputação e até a vida de alguém, pois elas não se cansam até fazer a pessoa pagar pelo que fez. Diferente dos homens que transmitem a culpa às mulheres e somem, a pessoa afetada por seu comportamento vai ficar um tempo se sentindo culpada, mas depois ela acorda e vê que o errado era ele. Quando sofre terrorismo psicológico por mulheres, a pessoa sente-se incapaz de mudar, porque elas impõem que ninguém é capaz de mudar e que uma pessoa que fez algo errado uma vez, é uma pessoa ruim que vai sempre fazer isso.
Isso tudo sem falar nas ciumentas e possessivas que acham o máximo ser assim e limitam a vida da pessoa com as quais estão se relacionando e sempre são tidas como "normais" ou "mulheres são assim mesmo".
Assim como existe o "macho escroto", existe "fêmea escrota". Não escondam e esqueçam a sororidade. Quando um homem é acusado de assédio, ele é linchado, excluído de círculos sociais, expulso do trabalho, etc, por que quando uma mulher é acusada, o tratamento é diferente?
Da mesma forma que as mulheres são fortes e independentes e não precisam de homem nenhum em suas vidas, elas também devem arcar com as consequências dos seus atos. Afinal, o feminismo busca os direitos iguais, por que a mulher também não pode ser vista como assediadora?

Por que resolvi trazer tais palavras aqui?
Porque reconheço que assediei algumas pessoas, ao exigir atenção, mandar mensagem incessantemente, perseguir, forçar interação, e até exigir que houvesse uma retaliação em que a pessoa me perdoasse à força, só porque me senti culpada e queria tirar um peso das minhas costas. Reconheço que FUI fêmea escrota, mas que é possível mudar. É só não deixar que isso domine a minha vida e parar certos hábitos ao reconhecê-los como errados.

O projeto Fêmea Escrota segue a mesma linha do antigo projeto Idiota Melodramática com um cunho mais pessoal e voltado às minhas experiências. Mas, ao contrário do IM, onde eu era vista como vulnerável, tímida, medrosa e depressiva, o FE seria meu lado mais agressivo, intolerante e também em busca de mudança, mas não mais me colocando como vítima das pessoas e circunstâncias, e sim como um agente e dona das minhas atitudes.

Até o próximo post, até o próximo projeto, enfim, até a próxima ideia!


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