Sorry I don't mean to disappoint you.
You didn't ruin my life
Ruin my life - Simple Plan
Deixei por muito tempo que certas coisas ocupassem a minha mente e me controlassem como se eu não tivesse vida ou personalidade para enfrentá-las. Foram coisas fortíssimas, não nego, e me coloquei no papel de "agressora", não de vítima. O que faz eu me orgulhar um pouco porque reconheci meus erros, não fiquei culpando outras pessoas e descontando meus problemas nelas como se tudo o que tivesse me acontecido durante a vida a toda tivesse sido culpa delas.
Ninguém merece meu ódio. Meus sentimentos são preciosos demais para desperdiçá-los com qualquer pessoa - ou grupo de pessoas.
Já pensei seriamente em desistir da escrita porque certas coisas podem vir à tona e detonar a minha carreira de escritora. Isso me deu tanta aflição que fiquei bastante tempo sem escrever. Deixei o domínio da minha carreira de escritora e da minha vida nas mãos de uma pessoa que a essas alturas nem lembra que eu existo. E, se lembra, é erro dela, não meu.
Quero dizer que, sim, eu errei muito, não sou vítima de nada. E, agora, com clareza, enxergo que não devo desculpas a outra pessoa que não seja eu mesma por ter me submetido a certas atitudes desnecessárias e vergonhosas.
Este texto poderia ter sido mais uma postagem no Instagram feita por uma pessoa que vai errar de novo e até pior, mas não é no Instagram, nem em qualquer rede social.
Fiquei longe das redes sociais tempo suficiente para colocar a cabeça no lugar e pensar no que seria da minha vida dali em diante. Não podia arriscar ter meu perfil denunciado nessa época, porque eu me sentiria pior do que já estava me sentindo. Então, ao me distanciar, tive tempo o suficiente para escrever sobre essas coisas em cadernos que, posteriormente, foram queimados para que eu não ficasse presa no meu tempo psicológico.
Tomei a decisão de não escrever sobre isso mais, em caderno nenhum, para esquecê-las completamente, mas continuo lembrando como uma ferida que nunca cicatriza e que só se vê mais aberta conforme eu escuto algumas músicas...
Já escrevi centenas de vezes sobre o que aconteceu aqui. Criei até a coluna "Fêmea Escrota" para tratar do assunto mais abertamente.
Não sei exatamente onde quero chegar com este texto, mas o que quero dizer é que eu me arrependo de tudo o que fiz em nome de um amor que, na realidade, era fruto da minha imaginação diante da dor de não ser quem eu gostaria de ser e de ser escrava dos meus próprios pensamentos e julgamentos internos que eu atribuía às pessoas, me sentindo sempre fora de algo, como se fosse culpa delas.
Nunca foi culpa das outras pessoas. Nunca foi culpa minha. Nem foi culpa de sistema nenhum.
Meus pensamentos me pertencem!
E, como vi com a música Ruin My Life do Simple Plan, essas coisas não arruinaram a minha vida. E nem vão arruinar. Muito menos a minha carreira de escritora.
Eu, graças à minha família, tive a oportunidade de pisar em solo europeu. Conheci a Espanha e a França. E graças à minha família e à terapia, pude ter essa clareza de que a vida é muito mais que um amor que eu inventei na minha cabeça e que nunca existiu na vida real.
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