Acordei de muito bom humor, como nunca acontecera. Algo bom aconteceria, pensei. Hoje não poderia ser um dia qualquer. Esta frase se repetiu em minha mente.
Por que eu acordaria de bom humor se são nos sonhos que as coisas que eu quero, acontecem do jeito que planejei? Às vezes até melhor. Que absurdo. Ainda mais nos dias de hoje, que as pessoas são tão rudes, que não dá vontade de acordar e ter que olhar para a cara delas. Só de pensar que teremos que olhar para elas, dá vontade de dormir e entrar em coma, para não estragar o que foi visto no sonho.
Esse bom humor não tem motivos. Não é sobre meus amigos e nem sobre amor. Até onde sei, não estou apaixonada por ninguém. Ou estou? Quando descobrirei por quem? Nunca saberei.
Será que é uma resposta divina a todas as vezes que agradeci por ter acordado, mesmo não tendo vontade de viver? Quem me dera.
Me peguei pensando nisso. Como se não tivesse mais o que fazer. Pensei em cada pessoa ao meu redor, para ver se tinha a ver com alguma delas. Pensei nas coisas que faço. Uma vez na vida, pensei em tudo que faço, entende? Não pensei no que vou fazer ou no que poderia ter feito. Isso foi engraçado.
Simplesmente, me concentrei no presente e de repente nada além disso importava. Poderia ser mais uma lição de moral, mas quando eu parecia energicamente feliz, por ter acordado de bom humor, voltei a dormir.
Quando realmente acordei, o mundo desabou. Não queria ver ninguém. Nem viver. Queria ficar ali, no meu quarto, dormindo, para sempre. Só que eu acordei e tive de viver. A alegria anterior voltou agora que percebi que está chegando, a passos lentos, a hora de dormir. Celebro a minha sonolência, como quem celebra uma vitória em uma competição difícil.
Afinal, é difícil dormir, não é mesmo? Ainda mais quando temos tantas preocupações e pouco tempo para nos dar atenção, para ouvir a nós mesmos. Que bom que desenvolvi o hábito de escrever, imagina eu guardando esses pensamentos todos só para mim? Não dormiria nunca.
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