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10 de outubro de 2017

Carta ao Senhor Sentimental

Amigo, você se foi cedo demais. Se soubesse o quão grata fui a você e o quão vazia me sinto agora, não teria escolhido partir dessa forma. Queria você aqui, agora, com todo aquele seu romantismo, me irritando por nunca conseguir esquecer sua amada. 
Adivinhe só? Há mais de um ano que não esqueço a minha! Como me faz falta suas palavras, me prometendo que tudo ficaria bem, que passaria e que logo alguém surgiria em minha vida e eu nem me lembraria o nome dela.
Como eu queria saber o porquê!
Como eu queria estar lá, na sua mente, e impedir que se fosse tão jovem. Tiraria toda a tristeza de você, guardaria na caixa de Pandora, deixaria em outra cidade, e então você nunca mais teria acesso à dor nenhuma, nunca mais seria triste - o tão conhecido menino deprimido, andando sozinho pelo Ibirapuera a fotografar a bela natureza, que costumava lhe trazer paz. Todos já sabiam desde aquela época, mas ninguém queria acreditar, nem dar sorte ao azar.
Amigo, meu, de onde estiver, saiba que lhe sou grata. E peço um favor: cuide das almas como a sua e não permita que pessoas tão jovens se vão como você se foi. Cuide, ilumine, faça-as mudar de ideia. 



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