Lidar com emoções nunca foi meu forte. Mas lembrar de coisas passadas, olhar para o céu dar aquela respirada e dizer que Isso é falta de bullying, é demais. Todo mundo sofre bullying. A escuridão sofre bullying das estrelas, do Sol e da Lua por não brilhar como eles. E tal qual a escuridão, eu chamo de bullying a inveja que sinto do Tardígrado por sobreviver no vácuo e qualquer ambiente extremo.
E, ao me isolar da órbita terrestre, vejo que todo o meu ódio estava errado e que a sociedade não é ruim. Quem fez o que fez, fui eu mesma, que demorei a transformar meus sentimentos em metáforas e externalizá-los de outra maneira que não seja o bullying contra as estrelas. Especialmente as grandes estrelas, capazes de ofuscar a Lua com a sua grandeza.
Tão pequenina sou eu. E tão sem oxigênio agora. Talvez orbitar sozinha não seja a solução. Nem encarar as tempestades e vulcões terrestres.
Às vezes acho que nem astronauta eu sou. Sou apenas um grão de areia na praia sendo arrastada com as ondas.
E a observar a Lua lá distante.
Colocando defeito por não estar em seu lugar.
Nunca fiz questão de ser poeta, mas sempre fiz questão de incomodar.
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29 de outubro de 2018
Tardígrado
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