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20 de dezembro de 2018

RESENHA: Lobo da estepe, solidão, solitude e Teatro Mágico

O livo Lobo da Estepe de Hermann Hesse, conta a história de Harry Haller, um típico misantropo - uma pessoa "avessa" aos costumes sociais - que vive sozinho, viajando em seus conhecimentos sobre as artes, até que encontra o Teatro Mágico, cujo slogan é SÓ PARA LOUCOS, SÓ PARA OS RAROS.
Em meio às bebedeiras, Harry conhece um mundo novo dentro desse Teatro Mágico, que o permite conversar com escritores, pintores, músicos e qualquer artista de seu interesse, além de ser parte de tudo, tornando-se também um artista.
O personagem reflete sobre sanidade e insanidade, vida e morte, e seu maior objetivo de vida é morrer aos 50 anos, suicidando-se com uma navalha que usava para se barbear, pois acreditava que era uma boa idade e que já viveu o suficiente.
O ponto alto da história é quando conhece Hermínia - a qual ele chamou assim porque ela tinha características masculinas que lembravam seu amigo de infância Hermann - a qual mostra que tudo que ele viu e vivenciou não eram suficientes, ele era apenas uma criança no corpo de um adulto de quase 50 anos.
Então Hermínia o ensina a dançar - uma arte que "rejuvenesce" o corpo e o desenferruja - e o leva para bailes, onde antes de conhecê-la, ele era apenas um espectador, nunca dançava e se divertia de verdade, porque nunca havia encontrado companhia para isso. Harry sente-se jovem com isso, pois fora consumido pelo que ele chamou de Lobo da Estepe, que dá a entender que é aquele sentimento de se estar velho para tudo, de ter vivido o suficiente e de viver em um mundo violento dentro da própria mente. Um sentimento que muita gente controla perfeitamente, enquanto ele não conseguia, pois a todo tempo era tentado à violência, especialmente aquela feita à si próprio.
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Para participar verdadeiramente do Teatro Mágico, ele precisava renunciar à sanidade mental, a qual eles diziam que o prendia ao mundo "imundo", ou seja, um mundo cheio de violência, maldade, notícias ruins e pessoas presas a uma rotina que as deixava suicidas por ter se tornado um ciclo. Harry demora para abdicar de sua sanidade, pois teme perder a sua vida boêmia, da qual ele tinha muito orgulho, mas ao ver o mundo rico que a trupe lhe proporcionaria, ele acaba tentado e se junta a eles.
Com Hermínia e o Teatro Mágico, Harry aprende que não sabe tudo sobre a arte como acreditava saber e que todo esse conhecimento não era tudo se ele não tivesse a própria vida e as próprias histórias para contar, afinal, um ser humano apenas sente-se vivo quando deixa a posição de espectador da vida alheia e passa a ser protagonista da própria vida, experimentando artes mais diretas como a dança, o teatro e conhecendo pessoas, especialmente no sentido amoroso, que é quando o ser humano desperta para a vida e sente, verdadeiramente, a sua existência.
Um ponto interessante do livro é quando Harry diz que "em breve" seria possível ter uma comunicação rápida entre os seres de diversos países e diversas posições sociais em questão de segundos, ou seja, o autor "previu" as redes sociais, isso nos anos 20, quando a comunicação remota começava a crescer.
É um livro de fácil leitura, curto, pode ser lido por qualquer pessoa, não tem restrição de idade e mesmo tocando em um assunto delicado, que é o suicídio, o autor não o romantizou, nem o colocou como o fim de tudo, o colocou como um desejo do personagem, porém teve uma reviravolta e o personagem descobriu a vida aos 50 anos de idade com todas as artes juntas, especialmente a dança, na época o fox trot, uma dança bastante popular.
Recomendo a leitura para todas as pessoas que se acham velhas para qualquer coisa na vida. Lembrem-se: não é questão de idade, mas de disposição. Está disposto a fazer algo? FAÇA. Sem medo do que os outros vão pensar, afinal, as pessoas ao redor estão preocupadas com as próprias vidas e não têm tempo para prestar atenção na sua, por isso, dance, se expresse e protagonize a própria vida.

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