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23 de março de 2022

OPINIÃO - Por que sou contra a volta da cultura emo

 A cultura emo, para aqueles que não sabem, é uma cultura de jovens que se expressam através de músicas do gênero pop punk com letras emotivas, geralmente relacionadas às relações amorosas. Também se expressam através de um visual característico: roupas pretas, correntes nas calças ou no pescoço, franja, cabelos coloridos, entre variações.

Lembrando que nunca deixou de ser moda entre adolescentes e jovens adultos, apenas deixou de ser uma novidade de tão comum que se tornou da década de 2000's até a atual 2020's.


Agora que você já sabe ou se já sabia, agora vão algumas considerações minhas sobre a cultura emo.

Bem, para começar, eu AMO POP PUNK, amo as letras e não tenho nada contra as músicas!

PORÉM

O visual é bastante característico e limitante. Quem não pode ter franja ou não atinge uma franja aceitável pelo grupo, não pode ser considerado emo. Por exemplo: negros, mulatos, pardos, indígenas, etc, dificilmente serão aceitos pelo grupo, por serem "diferentes" ou em alguns casos, podem ser considerados até "inferiores" ou piadas - podendo virar até meme - por serem considerados fora do padrão da estética emo. Mesmo que sejam adeptos da filosofia, fãs das músicas e artistas ou mesmo sendo artistas, dificilmente serão aceitos pelos padrões impostos pela cultura.

Um dos lados positivos é que há uma expressão maior das emoções e, portanto, uma aceitação e um cuidado maior com a saúde mental, PORÉM, pelo menos na minha época, era considerado "legal", "cool", "style" ou mesmo "bonito" a pessoa se automutilar em nome de um ídolo que nem sabe que a pessoa existe (ou mesmo de um amor platônico por uma pessoa comum) e adoração excessiva e obsessiva de bandas, artistas e até mesmo de grupos de pessoas comuns. 

Sim, mesmo que haja toda uma estética e toda uma filosofia bastante interessantes, ainda assim, são pessoas comuns, mas alguns grupos são insuportáveis porque acreditam estar acima dos que não fazem parte do movimento ou daqueles que eles consideram "wannabe", ou seja, pessoas que acreditam ser da cultura, do movimento, mas no ponto de vista de alguns grupos, não são, são apenas pessoas que "querem ser", mas não conseguem (sim, eu fui uma wannabe, me julgue).

Também tem aquelas expressões insuportáveis, aquela mania de escrever "AsSiM" e as facetas (por facetas quero dizer emojis e emoticons) advindas da cultura dos otaku (que também são emos, mas fingem que não são, para parecerem ainda mais legais, mas não tem diferença nenhuma).

Há questões sobre sexualidade, já que a maioria dos emo que eu conheci eram bissexuais ou, no caso dos meninos, gays. E não tem nada de errado com isso, exceto que nem sempre as pessoas adeptas ao movimento são de alguma letra do coletivo LGBTQIA+, alguns são hetero, mas são minoria, dentro do que eu conheço. E ser ou não do coletivo, não significa ser superior ou inferior, deixando bem claro. Apenas que o interessante foi terem exposto essas questões com naturalidade dentro do movimento, o que é um ponto extremamente positivo.

Enfim, eu sou contra a volta da popularização da cultura emo devido a seu caráter excludente das minorias e ao preconceito a diversas classes sociais. E, espero, que com o tempo, a cultura passe a abarcar essas minorias encaixando-as e não as deixando de fora da estética e toda a filosofia do movimento, afinal, todo mundo tem sentimentos, não só as pessoas dentro desses padrões.



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