O que eu chamo de Síndrome da Diferentona, é um comportamento que eu acho um tanto prejudicial: o de achar que é diferente dos outros.
Por que eu acho isso?
Porque a pessoa "diferentona" tende a se isolar cada vez mais porque acha que ninguém a compreende, tende a ouvir músicas depressivas e um tanto tristes, porque quer fugir de músicas vulgares; algumas vezes as músicas são sobre temas mais sérios, geralmente sociais, e isso pode ser prejudicial porque o cérebro precisa de descanso até mesmo das questões sociais, por mais sérias e urgentes que elas sejam. Ninguém consegue salvar o mundo se estiver doente. Especialmente mentalmente.
A pessoa, por se isolar, tende a ficar em casa por muito tempo e ter MUITA consciência de si mesma, em EXCESSO, de modo que começa a desenvolver uma certa arrogância, acreditando que se forçar a ser diferente dos demais ou mesmo naturalmente ser, é muito melhor para a humanidade do que "fazer parte da massa" e ser "só mais um na multidão".
E as músicas são de teor depressivo, geralmente se autodepreciando e até sugestivas em relação a suicídio e outros transtornos, romantizando-os, como se fossem parte de sua personalidade e não houvesse "cura", mas a maioria tem.
Eu já fui diferentona, por isso digo isso não só de fora, como de dentro, enfim, eu era uma pessoa doente e tóxica a si mesmo que se achava ao máximo, por exemplo, por ter um blog até hoje quando a maioria das pessoas, quando criam, abandonam, seja porque "cresceram" ou porque "não têm paciência". E eu continuo aqui...
Outra questão é que eu sempre me isolei das pessoas porque tinha inveja delas por serem tão sociáveis, enquanto eu era sempre a excluída. Até que criei repulsa dos grupos por nunca ter feito parte de um. E essa raiva me fazia me isolar cada vez mais e ter pensamentos cada vez mais peculiares, como achar que meu gosto musical era excepcional, o melhor de todos e ninguém conseguiria superá-lo, achar que as coisas que eu escrevia eram as melhores e ninguém ia conseguir escrever melhor que eu (pelo menos sobre mim), e que meus poucos amigos - na época UM melhor amigo - eram melhores que os outros e que ninguém ia conseguir superá-los.
Isso se acentuou na faculdade, quando eu queria fazer parte de um grupo porque tinha medo de ficar sozinha, mas não consegui porque via como algo sólido que nunca ia se dissolver ou abrir espaço para mais uma pessoa.
Agora que eu busquei tratamento, eu só quero ser feliz, procurar músicas que façam eu me sentir bem independente de serem populares ou não, usar roupas que eu goste e curtir mais as amizades que eu tenho. Já não falo mais com aquele que era meu melhor amigo, porque ele ainda vive dentro da bolha do diferentão, e se eu quero mudar, não posso tentar salvá-lo, porque não dá para salvar quem não quer ser salvo.
Fica aí a reflexão. Eu acabei misturando um pouco as colunas Cemitério dos Preconceitos e Idiota Melodramática, mas é o que há.
Até o próximo post! 😀
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