Luís ligou aqui em casa. Queria saber onde a Mary estava. Fiquei preocupada também. A minha primeira reação ao desligar o telefone, foi procurar o paradeiro anterior, aquele onde meu pai estava. Se é que ele realmente existe.
Não encontrei nenhuma construção em ruínas. Onde estaria Mary? E por que desapareceu assim tão de repente?
A casa dela estava vazia. Havia um homem anunciando a venda da casa. Mary não me falou que se mudaria. Estranho.
O homem se aproximou de mim. "Filha!", me abraçou. Era aquele mendigo estranho e canibal, ou melhor, era meu pai. "Sabia que voltaria". Me encarou com um olhar carinhoso. "Você quer um pouco de cachaça?"
Mais uma vez, aceitei beber com ele e ficamos rindo. Até que mencionei a construção em ruínas. Ele falou que não havia nenhuma e que, na verdade, estava na praça, pedindo informações a um casal que passava por lá e que eu o havia reconhecido como meu pai, mas não certeza se o era.
"Espera. Então, você não é o meu pai?"
"Decide, menina. Uma hora você diz que sou, outra hora não".
"E a foto?"
"Que foto? Você pegou um pedaço de papel no seu bolso e me mostrou. Não tinha nada".
O que eu tomei que me fez ter todas essas alucinações? Perguntei a ele se havia visto a moça daquela noite. Ele disse que ela tinha brigado com o namorado e que a viu sentada em uma praça, chorando. Ofereceu cachaça a ela, mas ela não aceitou. Depois, ela foi embora correndo e chorando. E que algumas quadras dali, dois meninos tentaram assaltá-la, mas ela reagiu com um golpe de alguma luta marcial. Fora isso, ele não a viu mais.
Perguntei aonde ele a viu. Ele disse que não se lembrava mais, só que ficava perto de um supermercado, o que não ajudou muito.
Onde Mary está?
Bom, até mais,
Juanna.
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