Destrua-me
Corroa-me
Faça-me ser
Permita-me nascer
Deixe-me ir
Não se vá tão cedo
Você ainda não sabe
Nem se preza a saber
A inumanidade da humanidade
A escuridão do amanhecer
Tudo o que você acreditava
É passado, já foi
O ideal pelo qual lutava
Era um moinho
E como o bobo Dom Quixote
Foi você lutar
Sangrou, agora apenas cabeça
Acerta e erra a cesta
Do basquete que foi a sua luta
Tão fria, ininterrupta
Esqueleto sangrento
A errar a cesta
Nem a de um ponto
Lá está você
Ainda lhe resta um pouco de carne
Ainda lhe resta o coração
Esqueleto sangrento
Joga a cabeça
Não acerta uma cesta
Esqueleto sangrento a correr
A defender
A lutar
Pelo ideal morto
E pelo que ainda acredita
Esqueleto sangrento
Ainda vive
Ainda sente
Sente sim e lamenta
Lágrimas ardentes
Crânio sedento
Esqueleto sangrento
Cabeça na mão
Ainda há um coração
Sedento
Pelo qual vale a pena lutar
Esqueleto sangrento
Olhos de raio
Voz de trovão
Esse é o caminho
A luz é você.
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